segunda-feira, 24 de novembro de 2008

II Congreso Internacional de Arqueología Experimental - as nossas participações

Começa depois de amanhã e nós vamos estar presentes nas duas versões: Arqueologia exerimental e didáctica!
Aqui ficam os nossos resumos:

Sesión: Arqueología Experimental aplicada a la didáctica y el Patrimonio
Histórico/Experimental Archaeology, Didactic and Historical Heritage
Andakatu Project: Prehistory didactics and experimentation
Sara Cura, Pedro Cura e Luiz Oosterbeek

The didactic programme of the Prehistoric art Museum of Mação is largely embodied of the conviction that knowledge is acquired through practical activities. Experimentation is the most efficient mode to establish a more tangible bridge between the present and the ways of living of prehistoric communities. Although being a small part of the official educational programmes, for many Portuguese children and adults prehistory is still attached to objects in museums’ exhibitions. These are too often deprived of dynamism, functional and social context.
In cooperation with the scientific research, namely the experimental studies developed in the research centre of Mação (ITM), the didactic activities try to develop the perception of the museum artefacts throughout the empirical understanding of its technological production and utilization.
To better achieve these goals, the Museum developed a unique didactic project in Portugal, where a character named Andakatu leads children, youngsters and adults into the path of human evolution. Through archaeological experimentation and involving the participants in learning by doing process, the project has been successfully engaging in archaeology and prehistory thousands of children in Portugal and abroad (United Kingdom, Brazil and Spain).
The activities with Andakatu lead children into several kinds of experimentations, for example:
· technological (knapping and polish of stones, clay preparation for vessels manufacture and firing),
· artistic (painting with mineral and organic pigments, carving with stone tools)
· and food preparation (using different kinds of hearths, ingredients and techniques).
Key words: didactic, prehistory, experimentation

Sesión: Arqueología Experimental y Traceología / Experimental Archaeology and
Traceology (27 noviembre/november)
Usewear traces or retouch?
Experiments to understand a Middle Pleistocene human behaviour in central Portugal.

Stefano Grimaldi, Emanuela Cristiani, Sara Cura e Luiz Oosterbeek

A first impression one may receive while overviewing the lithic assemblages of the middle Tagus valley (central Portugal) is their apparent - almost monotonous – homogeneity. Alleged similarities among artefacts associated to anthropogenic occupations stratigraphically attributed to very different chronological contexts (from middle Pleistocene to the late Holocene), required an in-depth study aiming at disentangling this similarities.
This lead to the launching of a 9 years project (1998-2007) named TEMPOAR (Territory, Mobility and Settlement), coordinated by the Instituto Politecnico de Tomar (Portugal), which aimed the establishment of a chronological and a techno-typological characterization of these lithic assemblages as well as an extended comprehension of the archaeological sites in relation with the Quaternary deposits of Middle Tagus and its tributaries. To achieve its goals, the TEMPOAR project set out the study of the surface lithic collections, the excavation of both Palaeolithic and Holocene sites and the production of thematic maps (elaborated with Geographical Information System) in order to provide a more rigorous articulation of archaeological sites and their respective geological deposits.
It’s within this framework that the Middle Pleistocene open air site of Ribeira Ponte da Pedra (RPP, also known as Ribeira da Atalaia) has been excavated since 1999. The site is the only middle Pleistocene site still under excavation in Portugal; former Pleistocene excavations were those at Fonte da Moita (Vila Nova da Barquinha, central Portugal), stratigraphically dated to the same age of RPP site, and Santa Cita (near Tomar, central Portugal) dated to at about 50 kyrs.
The lithic industry found in the Middle Pleistocene layers at RPP site is essentially characterized by three major groups: worked pebbles, non retouched blanks, and «retouched like» blanks; all of them have been knapped from quartzite pebbles, the only raw material available in the region.
“Retouched-like” blanks are mainly cortical or half cortical. Their percentage decreases along with the decrease of cortex presence, being quite rare among non cortical flakes. This seems to suggest that blanks showing modified edges were mainly needed in the cortical blanks category. However, the so far analysed implements present a quite marginal, coarse and atypical retouch, quite variable in its position and localisation and not resulting on «classic types» of formal tools.
A possible explanation for this behaviour could be due to blanks produced mostly to obtain functional edges to cut or scrape, but without the need of being retouched.
In this work, Authors will present the results of experimental and functional studies confirming that most of the edges showing an “atypical” retouch can be attributed to different types of edge-modifications resulting from subsistence activities, mainly corresponding to wood work.
Experiments also demonstrated the high degree of efficiency of quartzite blanks when they are being used for several subsistence activities such as chopping small trees, cutting or scraping bone and wood, butchering medium-small size animals.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Andakatu «sem fronteiras»!

Para nossa enorme satisfação podemos dizer que o Projecto Andakatu tem funcionado muito bem dentro e fora de Mação!
Pensamos que o bom desempenho deste projecto está sobretudo na forma como são preparadas e conduzidas as actividades de experimentação. O “Andakatu”, envolve os participantes em ateliers de experimentação (talhe, polimento, cerâmica, pintura, …), não de forma meramente lúdica, mas inscrevendo essas experimentações no âmbito dos programas de investigação sobre tecnologias pré-históricas que o Museu de Arte Pré-Histórica de Mação e o Instituto Politécnico de Tomar desenvolvem. Na verdade, todos os elementos da equipa do Andakatu são também investigadores em Pré-História (a equipa não se limita a funcionários do Museu, envolve os alunos de Mestrado e Doutoramento e investigadores residentes em Mação), não separando a sua a pesquisa da didáctica. Desta forma as actividades procuram sempre ser mais do que uma apresentação simplista dos resultados da investigação, envolvendo os participantes (quando jovens e adultos) sem formação específica em arqueologia, nos problemas da investigação científica. Já o enorme público infantil do Andakatu é estimulado de forma sensitiva, o discurso é adaptado a estas idades mas alicerçado na transmissão de conhecimentos de forma integrada, não separando as ciências das artes e sempre numa perspectiva de aprender fazendo.
As solicitações vêm de escolas por todo o país, e este ano está definitivamente consolidada a carreira internacional do homem pré-histórico do Vale do Ocreza.
As viagens além fronteiras, a convite de amigos como Hipolito Collado, Mila Simões de Abreu, Chris Chipendalle e Rossano Lopes Bastos, tiveram início no Verão de 2007. Nesse período fomos a Fuentes de Oñoro em Espanha e apresentámos o projecto no Congresso de Arqueologia Brasileira em Florianópolis, realizando também diversos ateliers nesta cidade. Já em Fevereiro de 2008 fomos até ao Reino Unido e, em Cambridge, integrámos os nossos ateliers nas actividades educativas do
Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade de Cambridge. Mais tarde fomos até à Sardenha no âmbito do PERFORMATIVE ARTS FESTIVAL promovido pelo Projecto Europeu Transformations.
Durante o verão deste ano nuestros hermanos convidaram-nos para vários ateliers desenvolvendo uma colaboração assídua que resultou na coordenação de uma acção de formação integrada no Taller de Empleo Prehistopolis do Ayuntamiento de Herrera de Alcantara, promovido pela Consejería de Igualdad y Empleo da Junta de Extremadura. Durante 8 dias o Pedro Cura transmitiu nossa experiência e pôs em prática com os formandos as actividades de experimentação didáctica que temos vindo a fazer.
Deixamos aqui algumas imagens do trabalho desenvolvido…

http://picasaweb.google.com/Andakatu/AndakatuNoTallerDeEmpleoPrehistopolisEmSantiagoDeAlcantara#

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Olhar para a simetria...

in A.J. Machin, R.T. Hosfield, S.J. Mithen:2007

Nestes dias numa leitura sobre experimentação no estudo de artefactos líticos levou-me até à questão da simetria dos bifaces. Os autores, que abaixo cito, procuraram através da experimentação verificar a existencia de uma relação entre a simetria dos bifaces e a sua eficácia enquanto utensílio utilizado em actividades de esquartejamento. Trabalho bem interessante, não só pelo tema, mas também por toda a metodologia aplicada e pela quantidade de dados processados (imaginem 30 veados em 3 dias, haja subsídio para a experimentação!). Ao que parece a relação não é directa, mas os autores invocam desadequações de ordem metodológica a corrigir em futuras experimentações. Só com mais trabalhos se poderá verificar se de facto a simetria é um factor pouco determinante para a suposta eficácia de um biface, pelo menos neste tipo de actividades. Forçosamente são precisos mais dados provenientes de outras experimentações, outras actividades, diferentes actividades conjugadas e com reavivamentos... Não me vou deter nesta discussão, quero somente deixar esta referência de Macnab (Pág. 674) sobre a nossa insistência pela observação, procura e (sobre?) valorização da simetria num seu trabalho também a propósito de bifaces:

In this sense the question asked by White is very germane. Why do we privilege symmetry and an aesthetically pleasing overall finish as criteria for nascentsymbolic capacities? In part the answer is one that we have already offered—one of historical tradition. These were the yardsticks of the culture historians, a window through which they felt they could view an incipient "humanness." I have some sympathy with White’s suggestion that the real signalling media would be successful blank production, simplicity and rapidity of production (while devoid of a symbolic component to the act of making), and perhaps other archaeologically invisible but socially very visible criteria such as physical strength, hunting prowess, physical appearance, sociality, cooperative behaviour, and perhaps assertiveness in cooperative behaviour.

John McNabb, Francesca Binyon, and Lee Hazelwood(2004) The Large Cutting Tools from the South African Acheulean and the Question of Social Traditions, in Current anthropology, Volume 45, Number 5, pp 653 - 657
A.J. Machin, R.T. Hosfield, S.J. Mithen (2007) Why are some handaxes symmetrical? Testing the influence of handaxe morphology on butchery effectiveness, in Journal of Archaeological Science 34 pp.883-893

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O que é a eficácia de um utensílio?

(Lasca utilizada na experimentação dos vídeos deste post)

Uma das questões que frequentemente orienta as experimentações é procurar verificar a relação de eficácia entre o suporte utilizado (lasca, biface, ponta, raspador…) e acção desenvolvida (esquartejamento, raspagem de pele, corte de madeira…).
Mas o que é a eficácia?
É a velocidade com que se executa a acção? Atingir o objectivo em menos tempo possível?
É a qualidade do resultado? Se no primeiro caso podemos controlar o tempo em que a tarefa é concluída, com que critérios avaliamos se a mesma ficou melhor ou pior? Por exemplo, o que distingue um bom esquartejamento de um esquartejamento sofrível?
Ou, por último, é o bom funcionamento do suporte? Isto é, a relação peso morfologia e a facilidade de preensão, a eficiência e duração da margem activa…
Mais ideias para reflectir, em conjunto.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

II Congreso Internacional de Arqueología Experimental

Já está disponível no site do congresso o programa provisório.
Promete!
São quase 600km de Lisboa e 900km do Porto, mas as estradas até são boas...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Jornal EuroREA 5/2008


Está disponível para encomendas o último número do Jornal EuroREA - Re)construction and Experiment in Archaeology

Contents

Lake-dwelling building techniques in prehistory: driving wooden piles into lacustrine sedimentsstudies/Francesco Menotti, Elena Pranckenaite (Italy / Lithuania)
Mit Schulklassen ins Museumeducation/Marlise Wunderli (Switzerland)

Early Medieval Walls and Roofs: a case study in interrogative excavationitems – ESF/Martin Millett (United Kingdom)

Application of a Set of Avian Bones for Reproduction of Prehistoric Geometric Designsitems/Eva Lamina (Russia / USA)

La construction d’un grenier surélevé d’apres les données archéologiques d’un habitat du haut Moyen Âgeitems/Aurélia Alligri (France)

Interaction between experimental archaeology and folklore - Latvian examplediscussion/Ieva Pigozne-Brinkmane (Latvia)

Linking Experimental Archaeology and Living History in the Heritage Industrydiscussion/Carolyn Forrest (Scotland)

Stone Age on Air: A successful „living science“ programme on German televisiondiscussion/Karola Müller (Germany)

The Algaba project in Ronda: an integrated approach to experimental archaeologyreports/Maria Sánchez Elena, Juan Terroba Valadez, Francisco Moreno Jiménez, David García González, Maria Fernández de Heredia Hernández, Francisca Perena Huertas, Patricia Ojeda Durán (Spain)

The history of Lofotr Viking museumreports/Julie Sæther (Norway)

Léonce Demarez – Une vie pour l’archéologiereports – INTERVIEW/Radomír Tichý, Hana Dohnálková (Czech Republic)

Workshops zur Experimentellen Archäo-Ethnografiereports/Antonio Affuso, Salvatore Bianco, Vito Antonio Baglivo, Annibale Formica, Marta Golin, Ada Preite (Italy)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Reflexão (incompleta e aberta) sobre arqueologia experimental e líticos

A proposta é reflectir um pouco acerca da Arqueologia experimental enquanto abordagem no estudo dos artefactos líticos pré-históricos, todavia importa esclarecer aquilo que ela não é, já que é frequente a confusão entre experimentação, experiência e actividades didácticas de manufactura e utilização de utensílios em pedra, ou ainda mais de reconstruções de actividades e estruturas pré-históricas (REYNOLDS, P.:1999).
Por exemplo, o talhe experimental de um Biface é um exercício de reprodução onde são aplicados conceitos e técnicas que derivam da experimentação, mas é uma experiência individual. É então uma actividade de contacto entre o talhador, as matérias-primas e tecnologias empregues que, sendo fundamental para o processo de aprendizagem do talhe, pela sua singularidade não é Arqueologia Experimental. Por outro lado, talhar o mesmo Biface perante um grupo de não especialistas (por exemplo visitantes de um museu ou de um parque arqueológico), não só é uma reconstrução altamente educativa, como deve ser a comunicação acessível dos resultados de uma investigação pautada pela experimentação, mas não é em circunstância alguma Arqueologia Experimental. As experiências singulares e didácticas devem decorrer de um plano de investigação de problemáticas arqueológicas, cujo estudo passa por actividades de experimentação, mas são já efectuadas sem o método, a exaustividade de registo e confronto que estas implicam. Sobretudo não ocorrem como fase de teste, verificação e compreensão de uma hipótese ou modelo construído com base no estudo de materiais e contextos arqueológicos.
No decurso da investigação sobre um sítio arqueológicos, o entendimento dos seus processos de formação, das suas estruturas ou dos conjuntos artefactuais nele exumados pode levar à formulação de hipóteses de explicação e interpretação. Hipóteses essas que são susceptíveis de serem aferidas através da experimentação, fundamentando ou não a sua adequação e coerência explicativa. A fundamentação surge no confronto entre o decorrer das actividades experimentais, os seus resultados e os dados arqueológicos.
A arqueologia experimental é assim uma actividade constituída por um conjunto de fases analíticas que permitem reconstruir um artefacto ou fenómeno no seu devir, fundamentada na integração dos dados resultantes nos estudos de partida e de confronto, sendo que os seus dados devem ser submetidos ao mesmo processo analítico dos arqueológicos.
Em termos genéricos, uma experimentação científica pode ser definida como a execução concreta de uma sequência de acções parametrizadas, observáveis directa e indirectamente, e que podem ser replicadas monitorizando as variáveis de forma a testar e verificar uma dada hipótese ou para estabelecer relações de causa/efeito entre fenómenos. Mesmo para quem tem uma formação no campo das ciências sociais, como é o caso da maior parte dos arqueólogos, em termos metodológicos o essencial da experiência científica não é difícil de compreender, é sobretudo a sua execução que é delicada já que, na maior parte dos casos, exige uma objectividade, rigor e detalhe exaustivos. No entanto, sendo essa a base conceptual de um processo experimental a sua aplicação em Arqueologia, pela natureza dos dados e pelo processo de pesquisa de que o investigador experimentador é parte integrante e não isenta, é distinta.
Em arqueologia não podemos deixar de ser conscientes da impossibilidade de reproduzir artefactos e fenómenos exactamente como foram. Os dados arqueológicos sob os quais construímos hipótese e modelos foram sujeitos a processos de formação e alteração que não conseguimos identificar e especificar na sua totalidade. Inevitavelmente a experimentação efectuada com base nestes dados é feita em circunstâncias artificiais criadas indutivamente no presente e que são limitadas pelo difícil controlo de todas as variáveis que interferem no processo experimental. (LONGO:2001).
Outro factor não menos importante é a consciência de que as nossas motivações enquanto investigadores recorrendo à experimentação jamais serão equivalentes às motivações dos indivíduos pré-históricos no decorrer dos processos de fabricação e utilização dos artefactos. Mais, as actividades técnicas são também orientadas por factores psicomotores do indivíduo que as executa e esta constatação torna ainda mais evidente a impossibilidade de replicação exacta quando estudamos espécies que não a nossa, como o são o homo heidelbergensis ou o homo neanderthaliensis (BRACCO :1991).
No que diz respeito às indústrias líticas a experimentação é actualmente uma das abordagens que mais informação proporciona para a compreensão da variabilidade do comportamento humano através do estudo dos modos de produção e utilização dos seus artefactos em pedra que integram o nosso registo arqueológico. Permite-nos, entre outras possibilidades, melhor compreender as opções e constrangimentos na gestão das matérias-primas, a escolha e aplicação de sequências de redução e a relação destas com as actividades de subsistência desenvolvidas nos sítios arqueológicos. Dá-nos também a possibilidade de questionar os critérios convencionais da classificação tipológica (PERETTO:1994, p.151), isto é classificação sustentada na análise morfológica dos artefactos, que pode mascarar os processos técnicos e funcionais, que de forma mais aproximada definem a indústria lítica em análise e por inerência o comportamento humano a ela subjacente.
Todavia, a experimentação não surge neste processo de estudo de indústrias líticas somente como um exercício pautado por um rigoroso método objectivo e sistema documental estritamente descritivo que se aplica repetidamente (e em alguns casos acriticamente). Também é isso, mas não só, o que de forma alguma lhe retira uma suposta validade ou veracidade científica (GRIMALDI:2003).
O talhe experimental ou a utilização de suportes líticos são sobretudo uma ferramenta heurística suplementar, já que utilizada como um utensílio cognitivo e não como um modelo invariável, permite aceder a um método de leitura do material arqueológico diferente. A repetição não se faz só por uma exigência de metodológica e acumulação de dados de forma asséptica, mas também porque é provocada pelo confronto com os materiais arqueológicos que suscitam outras actividades experimentais (BOEDA: 1994, pág. 16).


Bibliografia
Boëda, E. (1994) - Le concept Levallois: variabilité des méthodes. CNRS.
Bracco, Jean-Pierre at al. (1991) - Gestes techniques et debitage experimental - elements de reflexion et potentialites de recherche dans l'etude du geste en prehistoire in Tecnologia y Cadenas Operativas, Treballs d'Arqueologia, 1, pp 163-172
GRIMALDI, S. (2003) - Riflessioni personali sullo studio sperimentale di industrie litiche del Paleolitico medio-inferiore in Archaeologie sperimentali : metodologie ed esperienze fra verifica, riproduzione, comunicazione e simulazione : atti del convegno : Comano Terme-Fiavè (Trento, Italy)
a cura di Paolo Bellintani e Luisa Moser, pp 203-208
LONGO, L. (2001) - L'Archeologia Sperimentale - proposta per una deontologia operativa, Comunicazione al III Convegno Nazionale di Archeologia Sperimentale, Villadose (Ro)
Pelegrin, J. (1991) - Aspects de démarche expérimentale en technologie lithique. In “25 Ans d’études technologiques en préhistoire”. APDCA, Juan-les-Pins
PERETTO, Carlo (1994) – Le industrie litiche del giacimento paleolitico di Isernia La Pineta, Cosmo Iannone Edittore, Isernia


S. Cura (excerto de um texto escrito para a revista de História Local Zahara, Abrantes)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Questões sobre o quartzito...aceitam-se respostas!


Apesar de existirem excepções, e mesmo considerando a falta de pesquisas e publicações mais detalhadas, é comum dizer que a aplicação de sequências de redução pré-determinadas como o Levallois é pouco frequente em indústrias em quartzito.
É igulamente comum dizer-se que tal se deve à natureza da matéria-prima.
Será?
E em que sentido?
Porque o quartzito limita e constrange determinadas sequencias de talhe ou porque possibilita alternativas igualmente eficazes mas que são porventura tecnicamente mais simples ou porque não encaixam nas estruturas volumétricas pré-determinadas mais conhecidas?
Estas questões não nos largam ou nós não as largamos, dá igual.
Não nos querem ajudar?
O que acham?

SCura

domingo, 28 de setembro de 2008

Talhe experimental de grandes blocos de quartzito - prática I

Talhámos um bloco com 28kg e com cerca de 250mm de comprimento, 400mm de largura e 200mm de espessura.

Foi utilizado um percutor de quartzito.

Uma possível forma de imobilizar o bloco de quartzito.

Técnica de talhe:
Percussão directa atirada – o bloco de quartzito foi imobilizado numa pequena depressão escavada no solo. Pontualmente foram utilizados fragmentos de quartzito para ajudar na imobilização. O talhe foi monofacial, unipolar e unidireccional e sempre na superfície cortical do seixo. O percutor foi lançado desde a altura dos ombros ou mais alto.


Lasca 1
Larg. :158mm
Esp.:40mm
Comp.:120mm
Peso: 800g
Classes dimensionais dos fragmentos
21 – 60mm:1
Total:1


Primeira lasca a ser retirada.

Primeira lasca remontada.

Imobilização do bloco antes do segundo levantamento

Lasca 2
Larg. :155mm
Esp.:30mm
Comp.:172mm
Peso: 1084g
Classes dimensionais dos fragmentos
1-10mm: 10
11-20mm: 8
21 – 60mm: 3
>61mm:1
Total:22



Segunda lasca
Imobilização do bloco antes do terceiro levantamento


Lasca 3
Larg. :195mm
Esp.:40mm
Comp.:125mm
Peso: 1171g
0 fragmentos





Terceira lasca

Imobilização do bloco antes do quarto levantamento

Lasca 4
Larg. :102mm
Esp.:25mm
Comp.:125mm
Peso:458g
Classes dimensionais dos fragmentos
11-20mm:5
21 – 60mm:2
>61mm:1
Total:8






Quarta lasca

Quarta lasca remontada

Imobilização do Bloco antes do levantamento da quinta lasca

Lasca 5
Larg. :126mm
Esp.:25mm
Comp.:122mm
Peso:572g
Classes dimensionais dos fragmentos
11-20mm:6
21 – 60mm:2
Total:8





Quinta Lasca
Quinta lasca remontada

sábado, 27 de setembro de 2008

Talhe experimental de grandes blocos de quartzito


São pelo menos 3 as questões que motivam esta experimentação:

1 - O estudo tecnológico da indústria lítica do sítio do Pleistoceno médio da Ribeira da Atalaia indica-nos um baixa presença de debris, como explicação foram por nós avançadas duas hipóteses: processos pós-deposicionais ;
as sequências de redução identificadas – talhe simples de seixos e blocos de quartzito- não produzem em abundância este tipo de resto de talhe.
A primeira hipótese tem ser verificada com o estudo geológico dos depósitos que contêm a indústria lítica. A segunda hipótese deve ser testada com a repetida reprodução experimental da referida sequência de redução;

2 – A indústria lítica deste sítio inclui núcleos e lascas de grandes dimensões, cuja sequência de redução procurámos reproduzir experimentalmente, verificando a variabilidade dos métodos aplicados e a sua relação com disponibilidade, qualidade e forma da matéria-prima, as técnicas de talhe, dimensões e morfologias dos suportes e núcleos, restos de talhe resultantes, etc.

3 - Por alguns autores estas sequências de reduções são denominadas Giant core Technologies
[1]( Goren-Inbar: 2004) para a produção de suportes para as chamadas Large cutting tools do Acheulense – Bifaces e Machados de Mão sobre lasca. Estes artefactos que até este momento não foram identificados no sítio. Em rigor também os nossos núcleos correspondem mais à catogoria Very Large, do que Giant.. As questões são: correspondem afinal estes núcleos de grandes dimensões a uma produção de suportes que foram transportados para fora do sítio? Ou a sequência de redução está inteiramente representada no sítio, tendo sido os suportes aqui utilizados?

Aqui divulgamos de forma não exaustiva e sobretudo como exemplo metodológico de uma actividade que será repetida sistematicamente, com as variantes indispensáveis, até termos um conjunto de dados passível de ser tratado estatisticamente à semelhança dos dados arqueológicos.

Exemplo de Núcleo da Ribeira da Atalaia

Exemplo de lasca da Ribeira da Atalaia

Para quem estiver interessado em aprofundar o tema aqui estão algumas sugestões de leitura:

Sharon, G., The impact of raw material on Acheulian large flake production, J. Archaeol. Sci. (2007), doi:10.1016/ j.jas.2007.09.004

Goren-Inbar, N., Sharon, G. (Eds.), Axe Age: Acheulian Tool-making from Quarry to Discard. Equinox, London,

Santonja, M., 1996. The Lower Palaeolithic in Spain: sites, raw material and occupation of the land. In: Moloney, N., Raposo, L., Santonja, M. (Eds.), Non-flint Stone Tools and the Palaeolithic Occupation of the Iberian Peninsula. BAR International Series, 649. Tempus Reparatum, Oxford, pp. 1-20.

Santonja, M., Villa, P., 2006. The Acheulian of Western Europe. In: Goren- Inbar, N., Sharon, G. (Eds.), Axe Age: Acheulian Tool-making from Quarry to Discard. Equinox, London, pp. 429-478.

Kleindienst, M.R., Keller, C.M., 1976. Towards a functional analysis of handaxes and cleavers: the evidence from Eastern Africa. Man 11 (2), pp. 176-187.

Petraglia, M., LaPorta, P., Paddayya, K., 1999. The first Acheulian quarry in India: stone tool manufacture, biface morphology, and behaviors. J. Anthropol. Res. 55, pp 39 -70.

Texier, P.-J., Roche, H., 1995. The impact of predetermination on the development of some Acheulian châıne operatoires. In: Bermudez, J. (Ed.), Paper Presented at the Conference: Human Evolution in Europe and the Atapuerca Evidence. Publication de la Junta de Castilla y, Leon, pp. 403 -420.

Madsen, B., Goren-Inbar, N., 2004. Acheulian giant core technology and beyond: an archaeological and experimental case study. Eurasian Prehist. 2 (1), pp 3-52.

[1] Core Size Categories (Madsen:2004)
Small: D <>
Medium: 8 <>
Large: 1 5 <>
Very large: 25 <>
Giant: 35 cm <>

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Clã de Carenque

No próximo dia 20 de Setembro irá decorrer na Necrópole de Carenque, entre as14h00 e as 16h30, uma nova apresentação do Clã de Carenque, com atelier decerâmica e caça, demonstrações de talhe lítico e tecelagem, entre outras actividades.
Apareça e participe!!!

Eduardo Rocha ARQA – Associação de Arqueologia e Protecção do Património da Amadora.www.arqa.ptassociacao@arqa.ptRua Mouzinho de Albuquerque, nº21-r/c Esq. DAMAIA

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Curso II - aulas práticas: esquartejamento de uma ovelha


Utilização dos suportes: esquartejamento de uma ovelha (ovis aries)
(Prática: Jedson Cerezer, Emanuela Cristiani)
Esta aula prática teve lugar no Instituto Terra e Memória em Mação. Foram utilizados suportes de quartzito e sílex de forma a observar directamente o diferente comportamento destas matérias primas. O processo de esquartejamento foi feito seguindo um método tradicional com o animal pendurado pelas patas traseiras. Deixamos aqui algumas fotos da aula, mas para os interessados no processo completo aconselhamos uma visita a http://br.youtube.com/Andakatu onde temos vídeos do esquartejamento de uma cabra com a mesma sequência e metodologia.

Preparação dos suportes e fichas de registo

Registo fotográfico (geral, devem ser feitas fotos de alta resolução das possíveis margens funcionais) de um do suportes antes da utilização.

Montagem da alavanca que eleva o animal
Jedson Cerezer efectuando o esquartejamento e fazendo explicações

Os participantes em acção durante a remoção da pele - Joana Carrondo e Leandro Infantini


O Pedro Peça efectuando as desarticulações finais


A visão final (mais saborosa) da experimentação!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Curso II - aulas práticas: talhe

Uma das componentes mais relevantes deste curso foi o talhe experimental, já que sem saber produzir os suportes dificilmente se passa à fase da sua utilização e análise funcional. Tendo sempre presente que todas as actividades experimentais não são mera reprodução de peças ou actividades, mas antes um método complementar de estudo e interpretação em arqueologia pré-histórica.
Foram três as aulas de experimentação de talhe, a primeira foi teórico-prática e as restantes aulas foram inteiramente práticas.
Princípios básicos do talhe (Pedro Cura;Sara Cura;Stefano Grimaldi)


Parâmetros fisícos do talhe (ângulos, convexidades, percutores, etc...)

Nesta aula distribuímos as fichas que utilizamos para o registo sistemático do talhe experimental:

Talhe


Percutores





Primeira prática: Pedro Cura a talhar, à esquerda o Pedro Peça, atrás o Leandro Infantini, Joana Carrondo e o João Tavares.

Debitagem pré-determinada e formatação I (Stefano Grimaldi e Pedro Cura)

Da esquerda para a direita: Stefano Grimaldi em explicação, Hugo Gomes, Joana Carrondo, Marco Trettel e Leandro Infantini em acção.

Debitagem pré-determinada e formatação II (Stefano Grimaldi e Pedro Cura)

Esta aula prática foi dada em Mação, no Instituto Terra e Memória, onde decorrem a maior parte das nossas experimentações. Neste dia também esquartejámos uma ovelha, mas isso mostramos amanhã.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Curso 1 - as aulas teóricas

Entre o que foi anunciado e o que realmente foi o programa defenitivo, que já só foi divulgado entre os inscritos, houve alterações. Resultando a componente teórica uma pouco mais alargada.
Assim foram dadas aulas, seguidas de discussão, sobre:


Os sítios pleistocénicos do Alto Ribatejo (Teoria: Sara Cura e Pierluigi Rosina)


Estudo das indústrias líticas: princípios teóricos e metodológicos (Teoria: Sara Cura e Stefano Grimaldi)



Características estruturais e formação geológica das rochas talháveis (Teoria: Pierluigi Rosina)


Experimentação: princípios teóricos e metodológicos (Teoria: Stefano Grimaldi)


A analise funcional: princípios metodológicos (Teoria: Emanuela Cristiani)



Cada tema foi exposto durante, pelo menos, uma hora e meia e no final era ainda maior vontade de começar a prática!


quinta-feira, 28 de agosto de 2008

ESTAMOS DE VOLTA

Depois de umas prolongadas férias de verão, arqueologicamente falando, trabalho de campo, estamos de volta.
Aqui vamos divulgar o decorrer do curso de TECNOLOGIA LÍTICA, EXPERIMENTAÇÃO E ESTUDOS FUNCIONAIS.
sc

quarta-feira, 9 de julho de 2008

WAC 6 – Sixth World Archaeological Congress


A nossa passagem pelo Congresso do WAC em Dublin levou-nos ao encontro de Sessões, trabalhos e posters bastantes interessantes. Destacamos aqui aqueles vimos relacionados com Arqueologia Experimental e Estudos Funcionais:

Experimental Archaeology
Patrick J. Gaynor
Abstract
Past archeological surveys conducted on land in Australia that had been used for broadacre cultivation, posed a number of questions for archaeologists who where trying to interpret the stone artefacts scatters recorded in those surveys. In an attempt to obtain data on artefact displacement, an experiment was set up using agricultural broadacre implements and modern stone artefacts made from raw materials that had been used by Aboriginal knappers in the past.
http://www.wac6.org/livesite/posters/poster_files/WAC_007_Gaynor.pdf

Experimental archaeology of palaeosols in the UK
Martin Bell (University of Reading, UK)
Abstract
Between 1985 and 1991 Dr Peter Reynolds established 4 octagonal experimental earthworks under the umbrella of the Butser Ancient Farm, UK: one each on Lower, Middle and Upper Chalk and one on aeolian drift. The soils below them have now been investigated 20 years after burial to examine post burial changes in terms of faunal processes, soil chemistry and the preservation of biota. This evidence can be compared to that from the linear experimental earthworks at Overton Down, Wiltshire (Upper Chalk) and Wareham Heath, Dorset (Tertiary sands) sectioned at intervals over 32 years. Comparisons highlight the unique characteristics of each site and the importance of adequate experimental replication. Decadal scale experiments are relevant because many changes to buried soils are rapid following burial, and within 10-20 years quasi-equilibrium is achieved. Thus 20- to 32-year-old buried soils are similar in appearance, and some properties, to those of prehistory.
http://www.wac6.org/livesite/precirculated/2069_precirculated.pdf

The gripping nature of ochre
Marize Lombard
Abstract
This contribution provides direct evidence for the use of ochre in adhesive recipes during the Howirsons Poort of South Africa. Stone segments from two Kwazulu-Natal sites were microscopically analysed to document ochre and resin residues.
http://www.wac6.org/livesite/posters/poster_files/WAC_012_Stene_Amundsen.pdf

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Ateliers de experimentação - participação livre


Instituto Terra e Memória - Centro de Estudos Superiores de Mação
A partir da 15h

Dia 24 de Junho

Talhe experimental de quartzitos - debitagem e formatação simples
Neste atelier vamos talhar variados tipos de quartzito e reproduzir técnicas simples de debitagem e formatação, sobretudo a pensar naqueles que não têm muita prática no talhe.

Dia 25 de Junho


Estruturas de combustão e cocção/secagem (?) de alimentos

Neste Atelierr vamos construir e utilizar dois tipos de lareiras experimentais, sendo que uma delas será uma tentativa de reprodução da estrutura identificada no Sítio Arqueológico da Ribeira da Atalaia.


Dia 30 de junho
Talhe experimental de Bifaces (quartzito)
Neste atelier vamos elaborar bifaces quer a partir de seixos quer a partir de lascas, utilizando percutores duros e brandos. Aconselhamos os participantes a trazerem uma protecção para o apoio na perna, de preferência em pele animal.

Arqueologia Experimental na 14º Conferência da EAA

14TH ANNUAL CONFERENCE OF THE EUROPEAN ARCHAEOLOGISTS' ASSOCIATION
MALTA: 16-21 September, 2008


Prehistoric technology: Cognition and the act of artefact
production

Session organizers: George Dimitriadis, Maria Gurova & George Nash

Session Abstract
Archaeological theory and practice are often antagonistic. Nonetheless, despite the pragmatists’ reserves, theoretical terms such as ‘culture’ and ‘technology’ still stimulate scientific debates and scholarly curiosity.
Though apparently a package in its right, technology is indivisible from the culture in which it is embedded. As embodied in cultural material, objects articulate systems of intangible ideas and can be associated with patterns of behaviour. For example, how did prehistoric peoples act and react in this respect? What are the relations between technological “packages” and the cosmological views of particular actors (technicians) or cultural entities?
Representations result from experience and are guided by perception. Philosophers still ponder over the links between psycho-physical sensations and mental meanings. Social sciences associate patterns of perception and the production of knowledge with the social ordering of a chaotic world.
Interdisciplinary analytical models can help archaeologists to understand technica systems in general and in particular the physical aspects of tools and raw materials, thus furthering the fathoming of symbolic representations and social frameworks underpinning the everyday ‘struggle for life’.
This session invites scholars whose research agenda deals with the study of prehistoric material culture, that although can be deemed merely as a process of economy, has been impacted by socio-political and technological factors.
Programme:
1). P. Gnessuta (Pisa):
The Epigravettian pointes à cran in Italian peninsula.
Technological and functional analysis within the context of European cultures

2). G. Nash (Bristol):
Assessing the symbolic modes of production of Mesolithic
portable items
3). G. Ritchie, C. Bonsall (Edinburgh):
The 'Obanian' Revisited: Interpreting Stone,
Bone and Antler Technologies in the Mesolithic of western Scotland"
4). N. Elenski (Sofia):
Technological aspects of the "labrets" impacted by functional
and "religious" factors
5). M. Gurova (Sofia):
Resilience and revival of tribulum inserts production:
cognitive insight of the prehistoric technology
6). A. Vianello (Oxford):
Identities formed from technology: the case of the Late
Bronze Age Mediterranean
7). P. Chruszczewski (Wroclaw): Runic inscriptions as instances of proto-books
8). R. Bednarik (Melbourne): Cognition and palaeoart production
9). F. di Donato (Milano): Headrest: Functionality, art & symbolism
10). P. Bouissac (Toronto): Signs as artifacts: an examination of the Piette collection
11). D. Delfino (Tomar):
Ceramics from Middle and Recent Bronze in Liguria:
Proposal of analytical model of formal typology and “chaîne opératoire”
12). R. Melini (Trento):
“Doing" music without "making" musical instruments: a
prehistoric, actually contemporaneous, concept.

EXPERIMENTING THE PAST. THE POSITION OF
EXPERIMENTAL ARCHAEOLOGY IN THE ARCHAEOLOGICAL
PARADIGM OF THE 21ST CENTURY

Session Organizers: Dragos GHEORGHIU, Julia WIECKEN and Emannuela ZIMMERMANN
In the second part of the 20th century, experimental archaeology gradually grew as a subdiscipline of archaeology. It often finds a mixed acceptance in mainstream academia, as different people mean different things when they use the term ‘experimental archaeology’. Whereas many flint knapping experiments have greatly enhanced the understanding of the lithics chaînes - opératories of certain sites and traditions, house ‘re’-constructions are often criticised for reducing the complexity and potential variables found in the archaeological record.
Experimental archaeology has a vast potential to test our practical hypotheses. However it can also unlock the sense world of the past, as well as uncover problems and unforeseen aspects of our theoretical arguments. These issues need to be engaged with in an interdisciplinary way.
The present session intends to put together some of the current trends in European experimental archaeology, and will try to identify emergent original trends within the present paradigm. Theoretical papers are encouraged as well as traditional experimental case studies. We are especially interested in the way the young generation of European archaeologists approach experimental archaeology today and what the future of the discipline might hold.
Additionally we will encourage those who would like to present part of their experimental work in a workshop organised alongside the session.
PAPERS
Dr Marie-Yvane Daire et al.
CNRS, UMR 6566, Rennes, France
An archaeology of coastal salt industry : the inescapable part of experiments

Professor Dragos Gheorghiu
Centre of Research, National University of Arts, Bucharest, Romania
Building and deconstructing using fire

Dr Emília Pásztor
Matrica Archaeological Museum, Hungary
Experimenting ancient light and shadow interaction

Dr Jacqui Wood
Saveok Water Archaeology, Savok Mill, Greenbottom, Cornwall, UK
Daily practices of Prehistoric Europe during the Mesolithic/Neolithic transition

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Conference on Experimental Archaeology, U. of Edinburgh


Experimental Archaeology A Conference hosted by the School of History, Classics and Archaeology Saturday 15th & Sunday 16th November 2008
Overview
The School of History, Classics and Archaeology at the University of Edinburgh is pleased to announce a forthcoming conference on Experimental Archaeology. The conference will be held over the weekend of 15th-16th November 2008 and will comprise a day of papers and discussions at the Archaeology building on Saturday followed, on Sunday, by a trip to the Scottish Crannog Centre on Loch Tay where delegates will be able to visit an experimental re-construction of a crannog and take part on various associated activities.
The use of experiment in archaeology provides a scientific theoretical structure within which various strands of evidence can be united in a systematic methodology. These strands of evidence can comprise information from ethnography, craft skills, technological expertise and archaeological data as well as phenomenological and educational studies. Papers and posters are invited on the following key themes that are suggested as a focus for presentations though not as a limitation on them:

Key Themes:
The role of experiment in archaeological interpretation and research.
Understanding technology in ancient society.
The role of experiment in public archaeology and “Living archaeology” centres: the case for greater academic involvement
Case studies of current projects

Format of the Conference Weekend:
Saturday
9:00-17:00: conference papers and discussions. Teas/coffees will be provided.
17:00-18:00: discussion of conference themes and future conferences.
19:00 onwards: an evening meal will be arranged at a local restaurant - cost to be covered by delegates. Please indicate on your registration form if you would like to participate.
Sunday
10:00-18:00 trip to the Scottish Crannog Centre on Loch Tay. This is currently being arranged and will require a minimum of 30 participants to go ahead. Please indicate on your application form if you would like to participate.

Conference fees:
Cost of teas/coffee and conference booklet: £7:00 (payable now)
Cost of Sunday excursion to Loch Tay: £17.00 (payable on arrival)

Conference Venue:
ArchaeologySchool of History, Classics and ArchaeologyThe University of EdinburghThe Old High School12 Infirmary StreetEDINBURGH EH1 1LT
Contacts:
Dr Gordon Thomas:
experimentalconference@ed.ac.ukMr Graham Ritchie:experimentalconference@ed.ac.uk
Ms Lizzie Cory-Lopez:
experimentalconference@ed.ac.uk
Mr Riley Snyder:
experimentalconference@ed.ac.uk

II Congresso Internacional de Arqueologia



II Congresso internacional de Arqueologia Experimental

26-28 November Centro Algaba de Ronda, Spain



Apresentação
O desenvolvimento da Arqueologia nas últimas décadas gerou um crescente interesse pela metodologia experimental como base para a sustentação das hipóteses criadas pela disciplina sobre a formação do registo arqueológico, a tecnologia e os modos de vida do passado. A realização de experimentações arqueológicas deveria ser um protocolo habitual para uma ciência histórica onde este tipo de prática não havia sido algo comum. Nesse sentido, a Arqueologia Experimental teve um aperfeiçoamento desigual e em consequência, nos encontramos hoje em dia a convivência entre países com uma experiencia metodológica dilatada junto a outros que ainda se encontram em uma fase incipiente.
Na Península Ibérica este processo se viu acelerado graças a dois acontecimentos principais: em primeiro lugar, o "I Congresso de Arqueologia Experimental" celebrado em Santander (Espanha) no ano de 2005; por outro lado, a criação da Associação Espanhola de Arqueologia Experimental (Experimenta), impulsionada por investigadores de diversas instituições. Esta associação, co-organizadora do presente congresso, nasceu com a finalidade de fazer conhecer e potenciar os trabalhos de investigação que utilizam a metodologia experimental.
Neste contexto, surge o "II Congresso Internacional de Arqueologia Experimental" que procurará cumprir com dois objectivos gerais: expor as pesquisas teórico-metodológicas mais recentes no campo da Arqueologia Experimental e, em segundo lugar, constituir um foro de encontro e debate entre investigadores da disciplina arqueológica.
O congresso se divide em dois grandes blocos, cada um com suas respectivas sessões:
- Arqueologia Experimental: a investigação
- Divulgação e posta em valor do Património Histórico

COMITÊ ORGANIZADOR
Javier Baena Preysler
Departamento de Prehistoria, Universidad Autónoma de Madrid
(Presidente de la Asociación Española de Arqueología Experimental)
Antonio Morgado Rodríguez
Departamento de Prehistoria y Arqueología, Universidad de Granada

COMITÉ CIENTÍFICO
Thierry Aubry
Instituto Português de Arqueologia (Portugal)
Gabriel Martínez Fernández
Dpto. Prehistoria y Arqueología, Universidad de Granada (España)
Jacques Pelegrin
Laboratoire de Préhistoire et Technologie (UMR 7055 - C.N.R.S.) (Francia)
Josep Pou Vallés
Ciutadella Ibérica de Calafell, Tarragona (España)
Maria Luisa Ramos
Departamento de Arqueología, Universidad de Cantabria (España)
Isabelle Sidera
Laboratoire de Préhistoire et Technologie (UMR 7055 - C.N.R.S.) (Francia)
Xavier Terradas Batllé
Laboratorio de Arqueología y Antropología (Institución Milà i Fontanals, C.S.I.C.) (España)
Hugo Nami
Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET) (Argentina)
PRAZO DE INSCRIÇÃO
15 de Maio 2008 – 15 de Novembro de 2008
COTA DE INSCRIÇÃO
A) Inscrições realizadas entre 15 de Maio e 31 de Julho 2008
120 Euros - inscrição
100 Euros - inscrição reduzida (estudantes universitários)
B) Inscrições realizadas entre 1de Agosto a 15 de Novembro 2008
150 Euros - inscrição
100 Euros - inscrição reduzida (estudantes universitários)
* A inscrição da direito a:
- Participar do congresso y receber a certificação correspondente
- Almoço durante a celebração do congresso
- Receber o livro de resumes
- Receber a publicação definitiva
- Pertencer `a Associação Espanhola de Arqueologia Experimental (opcional)
O pagamento se realizara mediante o ingresso ou transferência bancária à seguinte conta:
No. Conta (Espanha): 3058 0884 1128 1000 6285 (Cajamar)
Código IBAN (estrangeiro): ES67 3058 0884 1128 1000 6285
COMUNICAÇÕES
Os resumes deverão constar de:
- Titulo
- Autor(es) com indicação do centro de trabalho ou direcção
- Resume da comunicação que devera conter um máximo de 8000 caracteres (texto e referencias bibliográficas)
Os resumes das comunicações deverão ser remetidos mediante correio electrónico a:
arqueoexperimental@urg.es
A data limite para a recepção dos resumes das comunicações será o 30 de Setembro de 2008.
Os resumes recebidos serão publicados em um volume que se entregara no dia da inauguração do congresso.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Uma experiencia com o quartzo


Já tínhamos dado a entender que de um ponto de vista experimental, nos estudos desenvolvidos em torno de problemáticas arqueológicas, trabalhamos sobretudo com quartzito, mas vamos fazendo umas experiências com quartzo. Ou melhor o Pedro Cura vai experimentando ainda timidamente de forma a adquirir prática no talhe desta rocha. Só apanhámos o resultado final …
Mas certamente que próximo será todo feito com o mesmo registo que aplicamos ao quartzito. Os métodos de registo que utilizamos são provavelmente discutíveis e disso falaremos num outro post. Por agora descrevemos a experiência do Pedro:

O seixo tinha uma morfologia regular e arrdondada, o talhe directo foi feito recorrendo de forma alternada a 3 percutores duros (quartzito) e 2 brandos de distintas dimensões (buxus sempervirens).


Duas impressões a registar:

A matéria prima responde de forma tanto mais controlável quanto mais o ângulo for fechado, já depois de uma perda de volume considerável e utilizando o percutor brando.


É imprescindível um controlo minucioso dos planos de percussão, o impacto tem de ser certeiro porque esta matéria prima facilmente estilhaça de forma incontrolável.

O biface levou cerca de 25 minutos a ser feito.




É considerável a quantidade de desperdício, sobretudo fragmentos inclassificáveis e de muito pequenas dimensões.


Os restos de talhes estão todos guardados se existirem voluntários para um exercício de remontagem são bem-vindos!



Para quem se interesse por esta matéria prima aqui vai uma muito breve lista bibliográfica:

Actes de L'exploitation du quartz au Paléolitihque. Table ronde No1, Aix-en-Provence , FRANCE (18/04/1996)

Bracco, J.-P. (1998): "Le Debitage du Quartz dans le Paleolithique Superieur d´Europe occidentale: Aspects Technologiques et Comportementaux." en: Lithic Technology. From raw material procurement to tool production. S. Milliken and M. Peresani (Ed). Forlì. 81-91.

Bracco, J.-P. y P. Morel (1998): "Outillage en quartz et boucherire au Paléolithique Supérieur: Quelques observations expérimentales" en: Économie préhistorique: les comportements de subsistance au Paléolithique. XVIIIe Rencontres Internationales d´Archéologie et d´Histoire d´Antibes. APDCA (Ed): 387-395

Chelidonio, G. (1990): "Preliminary approach to quartz crystals technology and its meaning as "Environmental Translation"." en: Le Silex de sa genèse à l´outil. Actes du Vº Colloque international sur le Sílex. Cahiers du Quaternaire 17.

Crovetto, C., M. Ferrari, C. Peretto y F. Vianello (1994a): "Le industrie litiche. La sperimentazione litica" en: Le industrie litiche del giacimiento paleolitico di Isernia La Pineta. La tipologia, le tracce di utilizzazione, la sperimentazione. C. Peretto (Ed). Isernia, Sigmastudio: 119-181.

Martínez Cortizas, A. y C. Llana Rodríguez (1996): "Morphostructural variables and the analysis of their effect on quartz blank charecteristics." en: Non-Flint Stone Tools and the Palaeolithic Occupation of the Iberian Peninsula. N. Moloney, L. Raposo and M. Santonja (Ed). Oxford, Tempus Reparatum. BAR 649: 49-53.

Mourre, V. (1996) « Les industries en quartz au Paléolithique - Terminologie, méthodologie et technologie », Paléo, n° 8, pp. 205-223.

Prous, A. y M. A. Lima (1990): "A tecnologia de debitagem do quartzo no centro de Minas Gerais: lascamento bipolar." Arquivos do Museu de História Natural da UFMG XI (1986-1990): 91-114.