quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Relação entre combustível e combustão: experiencias de recolha e transformação – PORQUÊ?









Durante o acampamento experimental em Junho deste ano na Azenha do Cavaco em Mação, entre as muitas experiencias que se fizeram, tivemos em atenção as questões da utilização dos recursos vegetais enquanto combustível.

Naturalmente que o que fizemos não foi rigorosamente documentado e não teve como referencia uma questão suscitada pela pesquisa arqueológica concreta em torno de um sítio, conjuntos de vestígios paleoambientais ou estruturas de combustão.

O objectivo foi ter uma primeira noção de algumas relações entre a colecta, a utilização em diferentes estruturas e o tempo de combustão. Objectivo decorrente do nosso interesse em conhecer a relação entre a tecnologia e a economia durante a pré-história.

Entender essa relação no que diz respeito aos recursos vegetais apresenta particulares dificuldades: a sua ténue preservação, a difícil conservação de estruturas onde foram utilizadas e finalmente entender a sua utilização também depende do nosso conhecimento dos paleoambientes e sua alteração na maior parte do tempo e espaço pré-histórico.

Neste caso focamo-nos sobretudo na utilização de lenha enquanto combustível e pretendemos com os registos efectuados estruturar algumas ideias sobre:

  • Disponibilidade e abundância
  • Energia gasta na aquisição
  • Características da lenha e temperatura e duração da combustão
  • Funcionalidade das estruturas de combustão

Desta primeira experiência podemos dizer que adquirimos uma noção do funcionamento dos items referidos que melhor nos permitirá no futuro estudar em diferentes períodos da pré-história a gestão e utilização deste recurso. Tal pesquisa implica (a breve bibliografia que indicamos mostra isso claramente) procedimentos experimentais bastante mais complexos e uma combinação de dados paleoecológicos e arqueológicos. Evidentemente que mesmo nestas circunstâncias e dispondo destes dados, qualquer experimentação sobre a combustão enfrenta a impossibilidade da restituição do conjunto de condições climáticas do período cronológico em estudo, cuja variabilidade desconhecemos com precisão.

Continua....

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