sexta-feira, 30 de abril de 2010

Fabricação da Foice - breve descrição

Os elementos de foice foram feitos utilizando sílex recolhido na região de Rio Maior e após a debitagem de pequenas lâminas, estas foram segmentadas por meio da técnica do micro-buril e os micrólitos foram finalizados com retoque por pressão.
O cabo foi feito de Medronheiro, o ramo foi escolhido combinando o equilíbrio da regularidade da circunferência, o respectivo diâmetro (cerca de 3 cm) e finalmente a sua curvatura natural. No presente caso, não foi necessário trabalho adicional para que a curvatura fosse mais funcional.
O ramo secou durante cerca de um mês e meio para evitar dilatações que resultem em fissuras durante abertura e fixação dos elementos de foice.
Depois de seco foi parte da casca foi raspada com uma lasca de sílex e feita uma abertura com um buril para criar o encaixe dos elementos líticos.
Em seguida foi fabricada uma cola feita de resina de pinheiro e carvão esmagado que são misturados no fogo.
Finalmente fixámos uma série de elementos de foice. Este processo tem de ser célere dado o curto tempo de secagem da cola.


3 comentários:

Luiz Oosterbeek disse...

Gostei muito de visitar o blogue. Claro que conheço a pesquisa, mas o que apreciei sobretudo foi o interface comunicacional. Creio que todos os "não experts" podem sseguir o que se está a fazer, ao mesmo tempo que os especialistas, com o rigor descritivo dos textos e das imagens, podem contrastar o que fazemos com as suas próprias experiências. Outra coisa essencial é o facto de este ser claramente um espaço que cruza as diferentes "experimentações", rompendo com a segmentação que caracteriza por vezes certos estudos tecnológicos (embora não tanto os funcionais) e isso também é agradável (sobretudo porque tão pouco se dissolve em generalidades). Parabéns!!
L.O.

Sara Cura disse...

Muito Obrigada! São estes comentários que nos incitam a fazer mais e melhor. Para nós divulgar o que fazemos é fundamental, encontrar um equilíbrio entre os interessados e os especializados nem sempre é fácil de facto...Quanto ao cruzamento, esse é inevitável se de facto queremos estudar o comportamento e cultura humana em interacção com o seu território. Temos de ter uma perspectiva ampla e integrada dos processos, é como digo frequentemente, eles e elas não comiam pedras!!! Neste caso micrólitos!
Abraço,
Sara Cura

Anónimo disse...

Muito obrigado
abraço
Pedro Cura